Seguidores

domingo, 25 de dezembro de 2011

Cachoeira de Congonhas - Distrito de Tabuleiro - Conceição do Mato Dentro/MG


O Presente


Roma, outra vez Roma em minha jornada espiritual
Espelhos no teto, mergulhos intensos, figuras de deuses
Na véspera do aniversário de Cristo, sinto fome, sede
De teu banquete, teu puro amor
Há sangue em minha boca, não há vinho
Vinte e Um de Abril, uma estrela brilhante no céu de zircônia
Touro duelando com Centauro pela relva
Haverá vencedor quando a águia pousar?
Fico triste nos Natais
Hoje estou extremamente frio, quieto para não recitar maledicências
Ninfas aparecem na vã tentativa de me fazerem carícias, rejeito
Seus lindos rostos não se ressentem
Vão embora e pronto
Nereides cantam doces sons, meus ouvidos ignotos não vibram
Se eu tivesse uma arma meu amor...
Já disse, não tenho.
Os livros esquecidos, o número de telefone não discado, hoje é Natal
Ganhei presente antes, adorei a deusa da floresta, armada com suas garras de arranhar árvores
O quarto no número dois, acerola com laranja, água, muita água
Houve um tempo que poderia dizer tua simbologia e de que matéria és feita, moça bonita
Se eu ainda fosse gauche
Adoro ver os besouros polinizando flores
As lagartixas predando insetos em um bote fatal
Elas mastigam, saboreiam, se fartam, ceiam
Em Roma, também
As luzes diáfanas, a garagem e seu interruptor, lâmpada ultravioleta, o brilho de teus olhos
Me traz paz, mais presente
Aphrodite sentada ao meu lado, sussurrando versos para te escrever
Há algo errado comigo, meu amor
Estou longe e você está para chegar
Ansioso, preparo minha biga, enveneno minhas flechas com a poção roubada de Cupido
Acertarei ou serei acertado, fado
Fome, muita fome
Ferido, deitado na relva, a lembrança de Roma dardeja forte minh’alma
Mil lembranças se cristalizam e mil cristais se vão, juntamente com a ninfas
Vão longe, muito, muito longe
Sobre os olhos, duas moedas para o barqueiro
A pronuba dança
Já é Natal
Cristo, afastei-me de ti este ano...
Rezo para que os anjos me iluminem e tragam-me de volta amor
Presente.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Eu - Diamantina/MG


Crônicas


Ah meu amor, como este mundo é triste!
Sumo por um tempo e hoje aparece esvoaçando o tiê
Lembro da poesia esquecida, de todos os versos e das pessoas caridosas
Imagino estar em paragens italianas da Roma antiga
Cultivando azeitonas verdes que um dia se tornarão pretas
Você com suas longas madeixas de fogo ordenha as vacas
As crianças louras cacheadas correm com um sorriso aberto pelo sol
Há tanta mágoa dentro de mim, meu amor!
A mágoa profunda do silêncio
A mágoa do despertar só
A mágoa da inércia
Observo a árvore da felicidade e seu lento crescimento
Talvez se estivesse em um vaso maior...
Com mais terra
Mais palavras
Menos distância entre eu e ela
Não sei beijá-la
Você não volta
Nunca voltará
Todas as meninas têm medo de ir na praia com seus biquínis e eu
E ela
Se ainda fosse ela
Teria medo, um receio indescritível
Faço o sinal da cruz, junto as mãos em oração
Arranco teu âmago e faço carícias extremamente profundas com a língua
Gritas um prazer que não voltará a este mundo super triste
Tristeza insana
Papai-Noel e outros seres não saem do mar
Há pessoas com fome
Outras sem amor
Outras sem amor puro
Eu, como vim ao mundo
Sem.