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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Crônicas


Ah meu amor, como este mundo é triste!
Sumo por um tempo e hoje aparece esvoaçando o tiê
Lembro da poesia esquecida, de todos os versos e das pessoas caridosas
Imagino estar em paragens italianas da Roma antiga
Cultivando azeitonas verdes que um dia se tornarão pretas
Você com suas longas madeixas de fogo ordenha as vacas
As crianças louras cacheadas correm com um sorriso aberto pelo sol
Há tanta mágoa dentro de mim, meu amor!
A mágoa profunda do silêncio
A mágoa do despertar só
A mágoa da inércia
Observo a árvore da felicidade e seu lento crescimento
Talvez se estivesse em um vaso maior...
Com mais terra
Mais palavras
Menos distância entre eu e ela
Não sei beijá-la
Você não volta
Nunca voltará
Todas as meninas têm medo de ir na praia com seus biquínis e eu
E ela
Se ainda fosse ela
Teria medo, um receio indescritível
Faço o sinal da cruz, junto as mãos em oração
Arranco teu âmago e faço carícias extremamente profundas com a língua
Gritas um prazer que não voltará a este mundo super triste
Tristeza insana
Papai-Noel e outros seres não saem do mar
Há pessoas com fome
Outras sem amor
Outras sem amor puro
Eu, como vim ao mundo
Sem.

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