Soube-se de um tempo antigo, no qual a serpente rastejava
pela Terra
Isto foi antes da chegada do lagarto
Do homem-lagarto
Te fiz uma sinfonia linda antes de dormir
Ouvi teus anseios, teu largo sorriso
Ouvi o robalo saltar da água, predar uma libélula
A borboleta, a meia-altura do espelho
Não foi digerida
Verifica-se que o alimento ingerido pelo teu, pelo meu
estômago
Já se alimentou de insetos, camarões, peixes menores e
pequenos crustáceos
O champignon absorveu luz solar e cresceu
As batatas afundadas na terra
Proporcionaram ao solo o nitrogênio essencial
O arroz consumiu imensa quantidade de água para crescer
O chimi-churri esquecido sobre a mesa da sala
Observa o ora-pro-nobis com ar de solidão
Tens fome de amor?
Malte?
Amor, um beijo bem grande para você, um beijão
Irei arrumar o porão, o profundo de tua alma
Tua voz que ficou mais doce com o tempo, escorreram lágrimas
de mel da tua retina para as cordas vocais
Ficou mais doce
Tenho tanta, tanta fome...
Meu único alimento é o cuspe que escorre da minha cara à
minha língua
Encaro como néctar
Penso que um dia Oxum permitirá que eu beba de águas
sagradas
Para limpar minh’alma dos fluídos deletérios do amor que não
achei
Ave Oxum! Vos saúdo infinitamente!
Fome, Oxum, fome...
Enfeito o meu anjinho de fitas coloridas e saio para passear
por paralelepípedos
Vou olhando pelas pedras de canto da rua para ver se
encontro a flor azul que um dia cantei
Junto com teu nome há uma linha e anzol
O lúpulo de teu chopp, transportado por milhas, da Ucrânia
até a praia, refrescam tuas cordas vocais e deixam tua voz ainda mais doce
Me dás laranja com ironia
És você quem escolhe
Sim, isso me faz feliz
Há diferença, percebes?
Tua liberdade é tão grande que podes pisar em um porquinho e
me dar xeque-mate
O rei está morto
O robalo
Enterrado de tanto prazer em teu âmago
O cogumelo foi digerido
A batata derreteu
O chimi-churri está vivo na lembrança
Tenho fome, amor.
Indivivencial
ResponderExcluir[Provar o que prover será em si a provação de se aprovar]
A louça estendida
Assim tão esquecida
Insetos bailam
Na sobra inevitável
A boca – seu lábio
Cansado de dizer
Adeus
Estranheza aperta
Mal estar lança
Vontade apitada – peito
Luta
Indivivencial
Escorre seco – novas fendas
O corpo que se lança
Em tão fino trato
Também duvida