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sábado, 19 de novembro de 2011

Negro

Visão obliterada, tudo escuro sem amor
Pássaros passam sobre o céu, minha cabeça
Um sopro em lábios de cera
Olhos de vidro, garrafas sobre a mesa, crochê, seda
Sopro na ponta da orelha, por quê não posso ser seu?
Viva o quilombo de bombas, a caverna
Na Rússia serias apenas mais um rosto bonito, aqui no Vale és minha casa, meu cangote, sussurro
A voz doce, o beijo de sal
Negro amor
Torpor veterinário, fraldas, choro
Caminho outra vez em paralelepípedos, somos abençoados por Juscelino e seu discurso de pedras
Salto na piscina, princesas rolam pelo barranco de grama com vestidos de festa, se enchem de lama
Já há muito não rezo, as notícias do tempo me acalentam, não há amor
Uma vila, alguém no banco do carro ao lado do meu, coberta
Mesmo assim vou partindo para o fundo da água champanhe
Acaricio os lábios da tartagura-verde, retiro filhotes de gato das rodas de veículos para que não haja o fim
Sentes fome, emagreces, definhas tuberculosa
Broncopneumática
Ela, a Rainha do Rosário, não olha para mim
Tem os olhos de pérola negra faiscante
Em um leito de taipa agonizo de febre, tomara que Jorge feche meu corpo, abençoe-me com sua espada de fogo
Sinto todas as energias de Nova Iorque fluindo no ar.

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