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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

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Corto fatias de limão, água tônica pura
Permaneço só, tomando, esperando tua chegada, tua partida
Me abres a porta de casa, no congelador há pássaros mortos
Um dia cantaram sons maviosos, foram para a gaiola juntamente com meu coração e uma tira da tua camisa-de-força
Eram pintassilgos, não tiês-sangue
Você chorou tanto em meu ombro, eu fotografava as aves estendidas em um pano de prato branco sobre a mesa
Pouco emocionado estava
Frio como pedra
Rolante
Por montanhas de quartzito enxergo o Cânion do Peixe Tolo
Um vale que evapora tua imagem pura
Orvalha minha inocência misturada com tanta carência
Sou pobre de amor
Talvez quando o avião passar sinta ondas elétricas percorrer as fibras de meus músculos
Acenda uma luz
Volto a me apaixonar todos os dias e todos os dias que ando pela floresta procuro algo que não consigo encontrar
Um sapinho laranja escondido na serrapilheira
O beijo na flor de bromélia atlântica
Talvez encontre a pena vermelha na boca de uma salamandra de fogo
Não coletaria
Mas se te contasse isso, você acreditaria?
Não te proponho casa no campo, filhos brincando com ovelhas, raios de sol em teus cabelos de mel
Vento salgado de mar, poltronas confortáveis, chocolate quente
Te prometo apenas fogo
Chama de turbina de avião
Pena rubra
Fogueira de São João
Canela-de-ema em brasa
Poesia em chamas
União de lábios vermelhos incandescentes
Fogo
Quando estiver cansada, danço no quintal e te trago chuva
Cubro teu corpo com o meu, se não for suficiente, busco cobertor
Construo uma lareira, não paro de colocar
Sons de amor em teus ouvidos
Preces sentidas
Adjetivos
Lenha
Jantamos juntos, fizemos o Evangelho no Lar, fomos dormir em outras dimensões cósmicas.

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