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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Coração

Tudo agora é separação, hóstia, pétalas de rosa caindo do céu sobre a copa das árvores da floresta
Saudade, advérbio
Não há feno de palha onde Hurricane possa descansar, travesseiro
Solidão, adjetivo
Longe de meu amor é como estar distante das pedras de Itabira, puro ferro
Pernas que passam, pinheiros brasileiros quase azuis
É novembro, seu primeiro dia chega com sol
Meus olhos são dois pólos de pura energia a disparar ondas de calor
Por dentro sou um frio extremo, sou a chave de uma porta escondida em eras medievais
Bates, bates, não sei abrir
Se Maria for à África cuidar de doentes, como ficarei sozinho?
Havia algo naquele coração, impossível de decifrar
Caridade, madre
O céu é alto como uma palmeira
Vellozias gigantes
Pacientes em um leito de hospital, feridos pelos estilhaços de guerra
Coloco a chave no contato e o bólido ronca, quer partir
Mas a alma pede calma, quer cicatrizar partes que não se juntam
Carne carne, plaquetas, glóbulos brancos
Tiê-vermelho
Um passe
Lavadeiras-mascaradas tecem fios, objetivam costurar peitos rasgados
Nasce um filhote no ninho, sem fotografia
Ando, ando, canso as pernas, não chego perto de ti
Afasto-me da porta imensa, medieval
Tento regredir aos Domínios da Águia figurada
Alimento teu espírito com castanhas de caju, se houvesse paixão te daria
O sol do deserto com seus raios de tentáculos
A volta pelos muros de Jerusalém com os pés descalços possibilitou vislumbrar a fenda nas pedras
Salvastes Anish da fúria Cruzada
Percorrendo a Serra do Espinhaço encontraste alento, pedras e fungos
Os olhos da beata permanecem distantes
Meus olhos disparam ondas incessantes pelo litoral brasileiro, Bastogne
Onde outra hora se deu o desenlace do corpo ao perispírito, através de fagulhas dardejantes
Sons de dor, distante de meu amor, em pátria longínqua
Uma flecha envenenada que atinge em cheio o coração
Seria o mouro?
Ou Cupido?

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