Saio com o barco pela chuva fina, para o mar vou
A janela bate com a fantasia, não me dão rum suave
Mesmo assim bebo
Tua alma funda, os orvalhos da manhã
O motor quebrado, salto cachoeiras a remo
Tua boca é um pulo, tiês-sangue os quais só vejo voando
Teu pulso de piloto, tua barba de mármore, o leme
Minha mente de mulher que se espraia pelo convés
No banco dois apaixonados a vislumbrar o mar
A encosta recoberta por parafusos perdidos
Forçam a porta, arrebentam com tua cara, te tiram sangue
Despem-te de tua capa verde de mar
Teus olhos turquesas, estrelas do mar
Buscas a batida de corações anestesiados
De gaivotas de fogo, gaviotas
Tudo é tão só
A aspereza de tua barba de mar, o céu de chumbo, os vagalhões azedos e profundos
De tua alma só um toque
Salgado
Enquanto voas de avião percorro de barco tuas veias
Como lobo na região ruderal, à caça
Da Ilha me ficou a linda estrela
Rodando a mente, toando canções havaianas em meus ouvidos
Amarro tuas mãos com cadarços
Te conto sobre o mar perto de tuas bochechas, tua barba
O mar forte e revolto que molha tua alma, a noite de Lua Cheia que me faz mulher revolta
Faísca submersa
Mulher revolta, muitas vezes irei voltar a tua mente de solidão
Na taverna, no quarto de canela e rosas
A guerra contra teu rosto grosseiro, teus vincos de dor
Amor, quando chegardes à Ilha, o céu irá abrir
A chuva parar, as costas mágicas verás
Irás querer tocar
Te deixaria?
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