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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Insensato

A tosse não passa, como as idéias e tristeza, vazio
Saio a noite com poucas mulheres bonitas, hesito
Penso no fumo de teu cigarro a arder, queimar teu duplo etérico tal qual as bordas do papel
Vejo a necessidade de te recuperar além de mim
Roto, procuro moedas para comprar cigarros para ti, isqueiro
O frio rachando e eu doente de febre, não curo o lábio
A flecha disparada, a palavra lançada
Havia ainda um terceiro elemento do provérbio oriental, não lembro
Um cowboy, por favor, duplo
Fale mais
Não abra o vidro, esta tuberculose dos poetas de outrora
Planejo viagens, receio te ligar para não despencar das montanhas altas
Não possuo notícias da menina do Alentejo
A borracha do fone de ouvido se dissolveu, insensível
Derretendo no cinema, decifrando os temas de Ana
Blefo, dou o nome de mulheres que não existem às poesias
Enquanto a tuberculose me destrói, esta tosse forte, cheia de sangue
Odeio esta época, São João se aproxima e dá alento, quentão
Vinho não incorpado, sangue, benção, carmim, extrato de cochinilha
Yosemite, Joplin, os tornados atiraram meus telefones longe das mãos
Longe do Vale, dos penhascos, por isso tanta ausência bem
Brisa que sopra do mar, céu que se abre e mostra luzes
Nós dois sentados em bancos gélidos, ambos doentes
Mel dos olhos distantes que me curtem e não respondo
Doente
Culpa de quem?
Da Stella? Da Layla? Do Roger?
Você me pegou pela mão e levou embora
Um grau celsius
Zero
O vento é de outono, sabes
Detesto mulheres de coração derretido, adoro as frágeis
Na semana que vem retornarei a Campos do Jordão
Colocarei meu poncho e serei outro.

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