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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Resposta

No Alentejo havia uma menina aguardando poesia
Quem era mais linda?
Palavras macias amaciam conversas
O dia que a voz virá
Quando?
Em tudo há explicação e oportunidade
Nas horas vespertinas, fica mais claro o desejo
A resposta para o fim, saudade de poesia
Deste amor sofrido que faz o poeta escrever
Mola propulsora de simbolismos e voltas
O que lês a menina do Alentejo?
Sobre qual sofrimento escreve o poeta?
Lento, penetrante, fundo
Mentiroso, com tudo o que é necessário
Faz promessas e não cumpre
Como gato se espraia de muro em muro
A menina somente observa os passos ágeis
Não chora
Sabe o tipo de animal que observa
Dentes
Miado doce
O Tejo corre, corre, desce a montanha
Deságua em mar de almas
Diga-me
Se raiva não há, há o quê?
Medo?
Amanhã?
Frieza e maldade?
Como podes ser tão insensível, poeta?
Se o Alentejo não é tão longe assim
Se os olhos da menina desabam em água
Ao observar o gato de muro em muro
Em sua caminhada perdida, sem rumo?
Pulsa coração, afagas fôlego
Olhos e pupilas enormes de menina
A voz virá longe do Tejo
Próximo ao Brasil, ao mar
No tempo puro da resposta.

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