Reclinada em uma cama feita exclusivamente com plumas de tiê-sangue
Vagas
Pairas por planetas distantes, com o queixo apoiado sobre as mãos
Na imensa leveza de plumas vermelhas
Escutas o Chico Buarque a te chamar
Parabéns para você, canções
Tua alma, aparentada ao deserto da Galiléia, é por onde caminha o Mestre
Somente quem viu tuas lágrimas sentiu
Dor que se dissolve no ar
Arrancam teu dente, beatificam o Papa, matam o terrorista
Tudo em um mesmo dia, de trabalho e festa
Calam tua boca, não a voz
Vez ou outra rolas de um lado a outro pela cama
Plumas caem ao chão
Pássaros de todo o Universo depositam mais, fazem ninhos
Cantam
Mosquitos rondam teu travesseiro cristalizado
A antigoécia de bons espíritos te protege
O inverno chega, não há frio em meio às plumas de tiê
Teu agasalho cerrado, abraço
Bebe
Basta em si, para o bom entendedor nada
Segredos que desconhecia
Anos de vida, festa
Vela a imitar o sol, para os pássaros alçarem vôo
Caminho de felicidade, toques não percorridos
Visgo, cola de mel
Preto e branco
Armadilha
Sinto tanta sede, dá-me água de beber
Água-viva
Rádio em pane, acreditas ser mágica?
Sob luzes vermelhas, lês poesia na cama
Abres presentes, cartas
Enquanto tiês-sangue esvoaçam pelo quarto.
Descrevo aqui as coisas simples da vida, combinando meio ambiente, fonte de inspiração, à poesia. Ao revés da aura que ronda o espírito da vida, espreitando destruição, busco demonstrar, através das palavras que a poesia e o belo não morreram. Revivem em sua chama infinita, sob a benção do Grande Arquiteto do Universo. Somente o amor entre os seres, traduzido em versos de cristalinos matizes, move o mundo. Preservai o que é belo.
Muito lindo, adorei! Muito obrigada!!
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