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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Tristeza III (21 de Abril)

Não aceitas mais o cavalheirismo
Vives isolada, triste, sem forças
Horóscopos não lês
Lágrimas que escorrem em uma Itália agrícola e selvagem
Tua face, meu coração
Os raios de sol já não mais refletem teus cabelos de fogo
E teus olhos sem brilho e atitude morrem em minha alma
Branca como o vestido de cambraia que nunca usastes
Falta a respiração
A respiração falta
Buscas os índios xamãnicos de peles vermelhas, mas eles não te curam
Um poço transparente, página virada
Livro aberto
Praia sem sol
Areia negra
Inconsolável
Ausência total de alegria
Chuva
Ausência de montanha
Amor
Que cantas em verso, chama
Emergência
Natureza morta, retorno
Sentar ao teu lado e sentir a fragância calma que exalas pacífica o espírito
Caso contigo, da tua presença desejo sempre e mais que sempre
Branco
A saudade que outrora sentia hoje é leve
Sequiosa por notícias que não sei como ter
Um coelho
Meus dentes brancos de cálcio, tua pele alva
Lábios rubros, rabiosos, boca seca
Cachos de caramelo em mãos de unhas negras, febre
Para fazer o bem precisas degradar, ter a alma ríspida?
Nada doas, se apegas a velharias que não te trazem o novo
Colocas dez Reais no tanque de combustível para chegar
Chegas
Distante de casa
Teus dias são sem viagens, o olho-de-boi esquecido em um canto da mesa
Nunca teves um porta-retrato
Uma caixinha para guardar preciosidades
Não cultivastes hortas, apesar de todos os dias plantar duas árvores
Relembras 1792, mas as letras douradas que refletem a meia-luz são 1822
O Paraíso permanece lá, somente você sabe
Com um poema agrado duas, três
Mas eu não me agrado, agradeço a noite, escrevo na tentativa de extirpar
Com o coração arregaçado não extirpo nada, tudo o que vivemos juntos e distantes outra vez é fogo
Paisagem ausente
Natureza morta pregada na parede de tua sala
Aviso
Reitero um sol que não compreendes
Rezo
Por Tiradentes.

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