Retorno hoje do Vale, com a mochila carcomida e um pouco de emoção na alma
Retorno só, conforme prometido
Retorno
Extirpando egrégoras, epifanias, poeira
Colhi limões-rosas, frutas-do-conde
Pimentas vermelhas em contraste com a mata verde
Não endureci com os simples de alma
Os sem-dentes, corações bons e sofridos
Purifiquei o espírito ao percorrer parelelepípedos
Entristeci com desmatamentos
Nas estradas cheias de barro vaguei
Errante, vaguei com a barba crescida, certa revolta
Retorno
Andei por entre engravatados, não me senti tão feliz
Pensei na dor de tua ausência
Na impossibilidade daquele retorno, nos raios de sol nos cabelos de meu amor
Em rosas, prantos e seiva
Assa-peixes, garças altivosas
Búfalos, solicitações de mudança de lei
Pais-de-santo, rezas, janelas
Avistei novamente os vestidos nas vitrines do tempo
Como chegamos a tal ponto?
Invades este recinto nas madrugadas em busca de novidades
De fotos, versos, nuances
Provas, lágrimas, tiês avermelhados
Não me esquecerei quando, ao caminhar pela trilha, ao longe um gavião voou
Longe
Não deixou rastros
Uma pena para te presentear.
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