Seguidores

domingo, 10 de abril de 2011

Mais Poesia

Um soco na cara, afago
Xingamentos feios, palavras de consolo
Risco na carne, esparadrapo
Me largas no frio, sem agasalho e casa
Não choro, tremo na vã tentativa de aquecer o corpo
Regozijas-te com toda minha dor, minha solidão mais uma vez vã
Feres me com a faca incadescente, com o picador de gelo
Com espátulas, alicates, postagens, objetos perfurocortantes
Silêncio
Demais instrumentos de tortura, espátulas, tesouras
Martelos, espinhos, chutes
Cera quente, pedras, pregos
Ausência de comida, correntes
Trancas a porta e vai embora sem data para voltar
Saltos finos, mordaça, fita, algema, ácido
Ponta de caneta na qual só ameaças, mas não escreves nada em meu corpo
Enquanto rí
Epifania
Egrégora
Mochila carcomida
Pimenta nos olhos, na boca
Facão, arma-de-fogo, pá, enxada e carabina
De fora, do frio, me mandas entrar em teu quarto quente
Preparas uma xícara de chocolate fervendo
Afagas meus cachos, me ofereces suco de maracujá para dormir
Recuso
Olho resoluto para o crucifixo na parede, suspenso sobre a cama
Teus olhos tão profundos refletidos pela luz da vela...
Teus cabelos negros sem os reflexos das luzes do sol...
Retiras as luvas de couro de tuas mãos alvas, unhas pintadas de negro
Mais uma vez afagas meus cachos
Olho assustado para tua face
Me dás um beijo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário