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segunda-feira, 7 de março de 2011

Tristeza

Esquinas de uma poesia
Um rato, um sapo e algo mais na esquina
Névoa, nada e sexo
Fome, estômago vazio
Versos que não rimam com nada
Vazio
Um molho de chaves no chão
Tristeza. Terça-feira.
Os moradores ofegantes fora de suas casas na rua da Amargura.
Ainda que houvesse uma fuga
Água-benta
Chuva
Seria um só
Moderado, sábio
(Coragem, justiça). A República não morre mais, terça-feira.
Gente gorda falando abobrinhas, não fazendo nada
Te vejo na janela, Marília
Espectro de luz
Fundo do poço
Pó branco
Tanta tristeza
Janela azul, oficina
Não fazem chamada!
Me marcam, tapam meu sol
Inventam camisinha
Pílula do dia seguinte
Lágrima lubrificada
Ainda que te inventassem, meu anjo
Nosso amor seria trágico, distante e desesperado
Estaríamos separados?
Maldita carne, carne santa
Abrigo de espírito (dirigimos nossos corpos ao éter)
Já não mais escravos.
Apenas deixamos na Terra o pó
O que vai levar ao firmamento
Teu bolso furado?
Ampulheta
Tristeza
Pó.

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