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segunda-feira, 7 de março de 2011

Pietá II

Detesto dizer isto, mas hoje estou sendo traído
Como me assusta! Não fecho os olhos
Tento na escrita uma fuga! Inútil!
Já resolvi fugir. Café!
Água-de-cheiro e cipó-bravo com mandinga
Por favor, Deus, me ajude!
Estou sendo traído!
(Já traístes também, por que te assustas?)
Escreve então! Escreve muito!
Tenta fugir. Qualquer lugar.
Abolição de parênteses. Vozes não mais veladas.
Na casa, sozinho. Eu e a luz!
Não me entenda! Afinal, estou sendo traído por minha mulher. Como isto me assusta!
A vida até poderia ser mais simples, o amor falsear menos. Sinceridade.
Está difícil superar. Tomo cuidado e água destilada.
Quanto medo do vírus HIV agora que fui traído! Muito medo!
Não entendo por que fizestes isto comigo?! Simplesmente não entendo!
Choro! (Choro fino de rubi, amianto)
Neutro e cinzo desabo celestialmente
Molho a dobradura das cartas
Diluo a tinta da caneta na dobra de pêlos
Que estavam lá por minha vontade
(Um beijo na parte interna de tua coxa)
Ei! Ei! O mundo não é esta putaria não!!!
O que estás pensando?!?
Também eu estou preocupado...
Tua maldita traição toda hora me assusta como um fantasma
Quebrastes a confiança!
Agora amarga
Amarga profundamente
Não aprendi a perdoar!
Se, na infância, tivesse ouvido estórias de Jesus, saberia
Te perdoar.

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