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segunda-feira, 7 de março de 2011

Capela

Fica evidente por entre as candeias o vulto dos monges
Lógico que estão todos reunidos!
Tal qual medieva procissão sequiosa de segredos e chamas
Todos prosseguem entoando cantigas mórbidas
Rezando cânticos santificados de interferência
Alimentam-se do câncer da samambaia, comem pão e vinho
Nas mãos, velas com essência de morango silvestre iluminam o caminho
Todos usam luvas e sobretudo um capuz preto
Marcham! Incessantemente eles marcham!
Cantam! Incessantemente meus monges cantam a vida!
O sacro, o sapo e a carcaça de um yaku filhote
Uma felina do mato domesticada pelos monges que matou!
Sobem a colina, escorregam em quartizito
Marcam pontos no GPS
Usam máscaras dos mais variados tipos e brilhos
Lâmina de uma folha refletida no olho
No olho do fundo de uma jararaca-verdadeira, a jararaca-preguiçosa
Ritmo cadencial incandescendo o nebuloso candeial
Muitos sacis e orixás convivem com os corais no bambuzal
Assim como seres luminosos que protegem os monges
Em sua subida rumo ao céu
A lua acalenta as noites gélidas do inverno
Vento gelado nos corredores vertiginosos que a mata forma
De repente, os monges despem-se da capa e sobretudo da máscara
Vestem-se de chapéu de palha, trança e flanela
Acendem fogueira e fazem palha que incendeia
Apenas São João e bandeirolas
Monges descendo a trilha.

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