Abelha

Rodo contra os dragões
Meu mar é infinito, anjo
Tanta coisa engasgada por te falar
Sobre o mágico das cordas
O qual num bambear caiu
Não mais levantar
Idolatrar os falsos profetas
O belo trágico, fujo
Inconsequente foges, pela noite estrelada
Sob o manto das oliveiras
Despencam sequoias, sempre em flashes
O brilho de teus olhos
Os riscos na madeira, da carne
Esperando o sangue cair
Bambear da veia bamba
Do teu íntimo, do pólen preso em tua roupa
De teus pêlos flui amor que nunca toquei
Flui no que tocar
Harpa
Bandolim, música há
Dirige, queima as mãos no volante
Na marcha que engatas via o fim
Quando não voltarás
No reencontro mínimo, fugindo
Moldando tua teia de aranha
Mil drácons por esta noite!
Teus olhos vagam todo o deserto
Não se importam com os grãos de areia
Porventura andantes
Seco de sede, vagas
Sol, lua, lagartos
De nada valem teus mil drácons!
Amor nenhum podes comprar
Nem tua alma vender
Lembras do Grande Sertão?
Das palmeiras altas, buritis em várzea?
Você me toca e sinto espinhos sensacionais
Percorrem todos meus pêlos
Com educação, por favor
Ou sem limites, como o tripolar?
Oi?
Por favor?
No centro do espírito brota um anjo
Com suas luzes prateadas
Ensaia uma abertura de asas iridescentes
Luz arrebatadora
Miguel levou o segundo dragão embora!
A profecia se faz cumprir
Como tudo o que é santo
Santo
Santo
Os tempos são chegados e são demasiadamente rápidos
Os que chegam
Os que vão embora
Os que fogem
Os que voltam
Os que caem
E na corda não mais caminham
Mesmo com varas
Batons
Lingeries, com a mãe morta e a ausência
Talvez um dia eu volto
E te peço para nunca mais partir
Viro anjo
Sopro para longe o iodeto de prata
Que seres maus jogam na atmosfera
A fim de modificarem o clima
A chuva
A lágrima de teus olhos repletos de amor
Cruzes de luz pelo Universo
Refletindo-a por todos os lados
Tua beleza de mel
Teus olhos repletos de pólen apagam meu ser
Inseminas gametas em minha alma
A qual
Os quais
Espero florescer
Acordar com teu beijo todos os dias
Quando longe, um ósculo (abertura na face externa dos grãos polínicos)
Satisfação
Dragão morto, dragão posto
Lindo mundo Reinante
Venha com ardor banhar-nos
Na luz dos Imortais, do Pai
Do Amor, intenso Amor
Pólen livre no ar.